terça-feira, 29 de maio de 2007

Pontual, quem eu?




Este post foi propositadamente atrasado um dia. "Peço desculpa pelo atraso." - quantas vezes já proferimos esta frase? Atraso versus pontualidade, mais uma bivalência que precisamos gerir todos os dias. E não é fácil, diz-se. Eu gosto, confesso, gosto de acção, ter a agenda carregada e aparentemente impossível de cumprir. Mas gosto mais ainda de chegar a horas. De não interromper oradores, de não deixar niguém à espera, isso custa-me. Mas engraçado são os resultados de um estudo sobre a pontualidade em Portugal, da AESE (se quiserem espreitem aqui). Curioso é o "eu" e o "eles". Neste inquérito, 87% dos inquiridos responderam que "eu sou pontual"; contudo para a mesma amostra 95% já consideram que "eles" - os portugueses - "não são pontuais". Ora o estudo vem a concluir aquilo que já todos sabemos. Nós os portugueses não somos pontuais. Há até casos em que se impõe um atrasozinho, proporcional à importância do intérprete. Por exemplo, uma noiva deve chegar atrasada ao altar, nem que tenha de esperar no carro, mas a horas é que nunca. E os políticos? Se a hora marcada não for as 20h (o dito horário nobre), então aí está, o líder não chega a horas. Tem que garantir a chegada de todos antes para receber a devida e desejada ovação de todos. E quantos mais casos? O estudo é ainda mais curioso ao referir que as organizações não se preocupam com a melhoria desta situação. "Sempre assim foi..." E claro, no contexto internacional, isto custa €€. Relativamente às respostas, a conclusão é curiosa. Nós temos relativamente a este assunto um cultura de desculpabilização. Essa entidade suprema que é o "eles" tira-nos a responsabilidade desta exigência e liberta-nos a consciência de eventuais mossas a quem por nós tem que esperar. Enfim, os hábitos não se mudam, ajustam-se, digo eu. E com esta saudável convivência com outros povos, talvez um dia, também nós condenemos socialmente o "atraso".

"Quem não consegue chegar a horas, chega cedo."


segunda-feira, 21 de maio de 2007

Pirinéus 2007 em preparação


«Este ano a edição dos Pirinéus, é mais uma vez em linha, e naturalmente mais uma vez a percorrer a Senda Transpirinaica - GR11.Com início em Ordesa, vale já bem nosso conhecido, os quatro dias que propomos, são muito ao gosto de quem pretende uma marcha dura, mas muito recompensadora. O colado de Goritz, Font Blanc, Colado de Anisclo, Vale Pineta, Viadós, Colado de Estós e Vale de Estós, são os locais de referência. Mas referi-los não traduz nem transmite, metade da sua beleza, metade do desafio, metade da recompensa... Quando do colado de Anisclo, perante a paisagem esmagadora e a incerteza do caminho a seguir, se avistar lá em baixo o refúgio de Pineta, perceberemos que o nome do colado, Anisclo, é muito curto para tanta emoção. No último dia as lagoas de Vale de Estós, e a chegada a Benasque, certos de que esta parte do GR11, não deixará ninguém indiferente, pela sua beleza, pelo desafio, pela satisfação.»

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Este ano não consegui resistir e aqui está a minha próxima aventura. Junto-me ao GEMA, para a marcha estival, ali, nos Pirinéus, onde ainda vergonhosamente nunca estive. Vamos a 24 e voltamos a 29 de Julho. Dentro do possível tentarei, documentar também aqui neste espaço, a evolução das jornadas, assim as comunicações o permitam. Quem mais quer vir?

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Lágrima, Ruby ou Tawny?



É verdade, este foi um fim-de-semana de consagração do néctar do Douro, do vinho do Porto. Numa visita à Ferreira, percorremos parte das caves, enalamos aromas descontraídos dos balseiros e barricas de carvalho francês e os intensos e etéreos próprios da fermentação dos vinhos, nos diferentes estágios. Este foi o mote para a logística associada ao evento do fim-de-semana. Depois foi preencher o resto da agenda com um programa tão aliciante quanto consensual. Juntamo-nos entre a noite de Sábado e o dia de Domingo, +/- 10 amigos. Sábado, ponto de partida com uma bela francesinha, desta vez em Leça, na minha estreia no Ricardo II. Gostei! Adoro viver a dinâmica de grupo, aquela vontade própria que não adianta contrariar. Nada é imposto, tudo é sugerido, e o processo é lento. Com isto, estávamos para ir para o Indy, o nome não deve ser este, mas pronto, ficou. Acabamos no Black Cofee de Leça. O vento na rua domina as atenções. Os cabelos voam, os zip’s dos casacos fecham-se e os ombros sobem em direcção às orelhas. Porque é que o carro ficou tão longe? Mas que frio… Mais indefinição no destino, mas agora sim, Vamos ao “Maus Hábitos”! Demora a lá chegar de carro, mas vale a pena. O espaço é muito intimista, acolhedor, espaçoso e descontaído. Surpresa foi mesmo a sala dos pneus e o DJ inétido dos clássicos entremeados com o som exigido da batida de noite. Simplesmente adorei o som e a performance digna de maestro-bailarino em palco, muito bom. Domingo, acordar e saída +/- preguiçosos. Novidade, vamos hoje os 10, de metro. Matosinhos –> Bolhão. Já choveu a cântaros antes de sairmos de casa, mas as boas abertas trazem uma luz incrível à baixa do Porto, neste domingo de manhã. Descemos Sta Catarina em obras. Pelo caminho ficou a faltar o “Bolinho de Chá Húngaro” na Confeitaria do Bolhão… Batalha e Funicular dos Guindais. Viagem curta, mas com surpresa cénica impressionante com a primeira imagem do Douro do dia. Alguns uaus, descrevem a saída do túnel e a abordagem da descida abrupta da colina. Entretanto perdemos o barco do passeio das 11h, por 15min... Dinâmica de grupo a funcionar outra vez - Vamos ao farnel, tão carinhosamente preparado previamente pelas nossas meninas todas. Relva do Cais de Gaia. O céu ameaça descarregar a água que pesa nas nuvens, mas é só ameaça, não nos demove. Temos tempo, vamos à primeira cave, a Croft. A dinâmica de grupo, evita-nos uma visita em Inglês, mas oferece-nos a primeira prova do dia. Um branco e um ruby para cada um, 20 copos em cima da mesa. Claro que quem gosta tem que beber todos os de quem não gosta. Este líquido faz rir (como se fosse preciso com este povo). Café correspondido por quem precisa, só no Amo.te Porto, nas caves não havia mesmo não, sorry Carla! A nova hora combinada aproxima-se e agora sim, às 15h, embarcamos por 3€ cada, na "Douro Acima" para o Cruzeiro das 6 pontes. Somos muitos no barco. Tudo turistas não lusos. O som das colunas debita informações em… alemão. As margens do Douro dislumbram-me sempre, as pontes pintam a tela da paisagem com as cores e padrões do tempo, desde a D. Maria até à recém chegada Ponte do Infante, passando pela do Freixo, S. João, D. Luís e Arrábida. Favor pedido ao comandante e ficamos no cais de gaia, perto da Ferreira. A visita às caves, gratuita, termina com mais uma prova, gratuita. Agora iam era umas moelas… Onde? Dinâmica de grupo a funcionar, vamos parar ao "Muro" na ribeira. Belo momento, como só uma tasca proporciona. Vieram moelas, pica-pau estranho e 2 bebidas fora de prazo, uma delas sorvida até ao final. A senhora do sítio sai-se bem e, não havendo distúrbios gastro-intestinais, está perdoado. Regresso tardio mas relaxado ao ponto de partida, com direito exclusivo, encomendado pela organização, na subida do funicular, a visão da 7ª ponte sobre o Douro: um pronunciado arco-íris de final de dia. Grandes momentos estes com ideias tão simples como ir para fora cá dentro. Obrigado Raquel e Joana pela organização, obrigado Inês pelos contactos.


segunda-feira, 7 de maio de 2007

Corrida Festas da Cidade

Já comecei os “treinos”, ainda pouco metódicos para correr os 15Km da prova do S. João, a corrida Festas da Cidade. Este ano na 8ª edição, promete além da saúde do desporto, a alegria de partilhar com centenas de pessoas uma manhã super-divertida e animada. O trajecto pela foz é mais um motivo para não faltar. Os velhinhos e velhinhas, as miúdas a sair da disco e os turistas pasmados com tanta agitação, são outro chamariz para estar lá. Este ano é dia 17.06.2007. Para quem quiser (em princípio) arranjo inscrições. Quem quer vir?


Em 99 vezes, de 100, afirmar que uma coisa
não pode ser feita é falta de vontade de a fazer.
(Elizabeth Goudge)