segunda-feira, 19 de novembro de 2007

No outro extremo

Esta estreia na competição ibérica de Corridas de Aventura foi um choque! Ficamos em último lugar numa prova que contou com cerca de 50 equipas. É certo que não íamos pela classificação, nem tão pouco pelo desempenho levado ao extremo, mas este último lugar, foi duro de se constatar, principalmente depois de vermos o que temos que fazer para chegarmos lá cima aos lugares do podium. Esta mudança de nível/objectivo, do tipo de actividade, do simples passeio de fim-de-semana light com os amigos, para uma prova ultra-competitiva entre equipas lusas e espanholas durante 17h contínuas dum fim-de-semana, eleva-nos a fasquia de desafio para um novo nível. A Taça de Portugal de Corridas de Aventura conta com uma mão cheia de provas multi-actividades, onde o objectivo é somar pontos com a passagem por pontos de controlo (CP's = Check Points), em equipas de 3/4 elementos, tendo por base técnicas de orientação, em completa autonomia e sem nunca recorrer a desportos motorizados. Este fim-de-semana, foi em Chaves/Montalegre. Das etapas que fizemos, aprendemos que a estratégia, a assistência, a dinâmica e claro, as pernas, são a chave dos bons resultados. Parece-me fácil conseguir um lugar no meio da classificação, analisados os erros deste fim-de-semana. Por exemplo, ficamos sem nenhum dos 5 CP's do BTT da manhã de Sábado (+/- 35km) por termos chegado 10seg depois da tolerância da hora de fecho!! Este fim-de-semana foi também inédito no atrevimento do termómetro: -3º na Sexta à chegada, -9º em Chaves na partida de manhã e -14º no domingo de madrugada em montalegre!!! Depois a resiliência, o espírito de sacrifício e a persistência são dignas de nota e é impressionante senti-lo à nossa volta. Hoje que já não me doem as pernas, nem as costas, nem os braços, nem a alma digo: Gostei muito e quero repetir! Mas para a próxima, talvez não seja boa ideia ir, a meio da prova, jantar sopa caseira, alheira e posta barrosã, à lareira de um aconchegante restaurante de aldeia!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

«Volunturismo»

EXPRESSO Fotomontagem

Há uns meses atrás, quando vividamente descrevíamos a nossa viagem por África e todo o seu planeamento, não deixamos nunca de incluir uns dias de entrega no programa, de serviço voluntário para com o país que nos ia acolher, de contacto próximo com as populações e mais distante dos habituais circuitos comerciais. Fizemos porque sentíamos vontade disso, mas também porque queríamos enriquecer ainda mais a nossa experiência com a ajuda ao próximo. Era o nosso programa, pessoal e personalizado. Hoje, já não seria tão original. Um novo conceito surge e está a florescer nos circuitos habituais do turismo mundial. Este novo conceito chama-se Volunturismo! Descrubri-o surpreendentemente, este fim-de-semana, num artigo do Expresso que aqui transcrevo:

"O termo surgiu nos últimos anos entre agentes do turismo. Embora sempre tenha havido viagens de voluntariado, a novidade é esta possibilidade de associar «o útil ao agradável». O fenómeno adquiriu de tal modo expressão que a bíblia dos viajantes - o Lonely Planet - lançou em Junho um guia sobre volunturismo. Uma pesquisa rápida na Internet basta para encontrar dezenas de agências a comercializar a experiência. Esta ‘indústria’ essencialmente anglo-saxónica está enraizada nos EUA, em Inglaterra, na Nova Zelândia ou na Austrália, onde existe a tradição do «year off» - ou «gap year» (o ano passado a viajar depois de terminar o curso superior e antes de começar a trabalhar) e onde os hábitos de voluntariado são incentivados desde cedo. No Reino Unido, a «indústria do gap year» atinge um quarto dos jovens entre os 18 e os 25 anos. A consultora Mintel avaliou em 7,4 mil milhões de euros o mercado mundial do «gap year», e prevê que quadruplique até 2010. Apesar de em Portugal ainda não se falar no assunto, há já quem alerte para os aspectos negativos do volunturismo. Um dos argumentos é que este tipo de viagens serve mais quem as faz do que quem beneficia delas; outro é que é muito mais caro do que o simples voluntariado. Mas para quem tem perfil voluntarista, será algo do outro mundo pagar mais para viajar de outra maneira? Mesmo que isso inclua trabalhar? "
Mais informação:

Da nossa experiência, apesar de curta, diria que foi enriquecedora para nós, sem dúvida, mas sobretudo útil e reconfortante para com os miúdos que estivemos. Mas é um conceito polémico, não é?