segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Uma verdade inconveniente


Nos guias e documentação que tenho andado a ler, é dito: "O monte Kilimanjaro deixará de ter glaciares, dentro de 10 anos"; Al Gore também refere isso no filme. Se assim é, preocupa-me! O exotismo de uma montanha nevada em solo Africano, é um fenómeno que nos exalta os sentidos, faz-nos sonhar! Num acto egoísta q.b. leva-me a reforçar a vontade de lá ir ainda mais. Seremosnós das últimas pessoas a ver e tocar na neve do Kilimanjaro? Oxalá que não!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Um outro ponto de vista

Caros amigos!

Não me agradava a ideia da ausência de palavras durante esta semana e, por isso, desta vez, aventurei-me nestas andanças. Claro que estou a ser paga… sim, porque as minhas belas palavras nunca poderiam ser gratuitas. Brevemente o basto ficará na penúria hahahahahahahah e eu terei imenso money para subir ao Kili(manjaro) e subir e voltar a subir.

Pois é… o nosso amigo Kili! E ele é cá um danado… não deixa qualquer um trepar por ele acima… ohoh Faz-se difícil! E cá entre nós, faz ele muito bem. Não tinha piada se fosse fácil, não acham?! Mas por outro lado… é um risco! É um grande investimento que vamos fazer e não temos quaisquer garantias de que iremos conseguir. E quando falo em “grande investimento” não me refiro apenas ao financeiro, refiro-me também ao treino fisico, à pesquisa sobre o melhor trilho, aos emails trocados com as pontenciais agências de viagens, à conversa com o novo chefe pedinchando os dias de férias aos quais ainda não tenho direito, etc etc… É todo um imaginário que se vai criado à volta da ascensão do imponente, fantásico, magnífico e lindo Kilimanjaro! Deve assemelhar-se à preparação de um casamento (sem querer ferir susceptibilidades). Mas e se não conseguimos? E se um de nós não consegue?

A ascensão não dá muita margem de manobra para a adaptação individual de cada um. O tempo disponível não permite que cada indivíduo tenha tempo de se adaptar à altitude e a todos os outros factores que influenciam o metabolismo do nosso organismo. E o grupo terá que continuar… O treino físico que estamos a fazer vai concerteza ajudar a que consigamos ter mais resistência e a facilitar a nossa ascensão. Mas e a parte psicológica?! Como é q se treina?! Sim… porque teremos que ser fortes… não vai haver esquinas para pensarmos “são só mais 3 esquinas”. O monte será íngreme e a aproximação ao cume será lenta, muito lenta! Como treinamos a psique para resistir a um esforço físico tão grande? Alguém tem respostas? Que parte será mais importante, a física ou a psicológica? Mas para além do Kili há outras coisas… Há um povo fantástico para descobrir, há acções humanitárias para desenvolver, há belíssimos animais para conhecer, há sabores para experimentar, há cheiros para explorar, há sons para lembrar, há fotos para tirar, há …, há… O cume lá estará à nossa espera e isso será, tenho a mais pura certeza, uma das mais fantásticas experiências das nossas vidas. Mas, cá em baixo, o mundo espera-nos, e não será por certo menos emocionante. E vocês, lá em cima ou cá em baixo?

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Treinos

Meus caros amigos, recomeçou a azáfama do MBA.
Já só me faltam 3 para completar o "programa de treino" todo. É a recta final!! Isto que me falta empurra-me para o final de Dezembro, numa vida livre de stresses de trabalhos intermináveis, trabalhos de grupo com discussões acesas e... claro, os exames.

Por tal motivo, vou deixar os posts durante uns tempos.
Até breve (no máximo Dez.)

PS. Ah já agora, está mais que definido: Vamos fazer a rota do Whisky!
Os próprios operadores que contactei referem isso. Quero ver se faço reservas nas próximas 2 semanas.


segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Whisky ou Coca-Cola?

Como em qualquer outra montanha, há no Kilimanjaro diferentes trilhos de acesso ao cume, que foram estabelecidos ao longo da sua história de conquistas. O Kilimanjaro é rodeado, cá em baixo, por uma zona de densa floresta e é por aí que todos os trilhos começam. Há pelo menos 7 que nos elevam desta zona de floresta para a curva de nível dos 4.000 metros, onde há como que uma espécie de VCI que abraça a montanha e conecta todos os trilhos que aqui chegam. Para cima dos quatro mil apenas 3 trilhos continuam para os majestosos 5.895 metros do cume. Para simplificar as opções, as autoridades do Parque Natural do Kilimanjaro, baniram desde 1991, qualquer expedição independente, reservando o acesso à montanha apenas a quem se faça acompanhar de guias devidamente licenciados para tal. É pois possível escolher uma qualquer rota, mas sempre dentro do “catálogo” das ofertas das empresas, que se apresentam como uma qualquer combinação possível dos trilhos de ascensão e posterior descida possíveis. Dos 7 possíveis trilhos: Marangu, Umbwe, Machame, Lemosho, Shira, Rongai e Mweka, as rotas Machame e Marangu são as mais populares.


Marangu











Tempo mínimo: 5 dias (ida e volta)
Distância: 65 Km
Subida acumulada: 2903m
Dificuldade: Moderada/Difícil

É a mais antiga, a mais fácil, a mais famosa e a mais rápida via de acesso ao cume. Cerca de 80% das pessoas escolhem esta via. Em consequência da atracção de mares de gente e “fácil” acessibilidade, tornou-se também conhecida como a “Rota Coca-Cola”. É bastante criticada por ter muita gente e limitar a sensação de evasão, mas é bastante cénica apresentando-se, no entanto algo monótona no deserto em altitude. É a única onde se dorme em abrigos de montanha.


Machame











Tempo mínimo: 6 dias (ida e volta)
Distância: 61 Km
Subida acumulada: 2800 m
Dificuldade: Difícil

É a rota mais a oeste da montanha. Possui as paisagens mais explêndidas e imponentes do maciço montanhoso. A ascensão é mais exigente que a Marangu mas também não é necessário qualquer técnica de escalada. Apesar disso, permite melhor aclimatização e tem ganho popularidade com as melhorias que têm feito no seu traçado e infra-estruturas. Devido ao seu maior custo, à sua maior dificuldade física e aparente maior intoxicação (efeito altitude) é também conhecida por “Rota do Whisky”. Apesar disso os números indicam que a taxa de sucesso desta rota é superior à “Rota Coca-Cola”, já que a aclimatação é mais lenta/melhor.

E agora, Whisky ou Coca-Cola?

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Lar doce Lar



Apetece-me hoje escrever sobre a sensação de deja vu, mas ao contrário. Eu explico, é aquela sensação que temos, ao ver que há pessoas à face deste planeta que fazem/vivem/pensam de forma diferente de nós. Tive este feeling pela primeira vez, aquando das primeiras viagens além fronteiras. Jantar às 16h com um Finlandês; Beber chá com leite em inglaterra; Comer tapas e não comer sopa com um espanhol; Beber vinho quente com um alemão, etc. Mas ontem, aqui bem perto, na Gafanha da Nazaré, vi e senti mais um "e porque não?".

Porque não morar numa casa de madeira?
Estive na casa de um casal amigo que vive numa casa de madeira. Para quem não conhece o conceito, uma visita rápida à www.rusticasa.com esclarece.

Mais uma vez choca, pensar que a NOSSA casa é em madeira, toda ela, de cima a baixo. Apenas os alicerces são "convencionais", de resto, a estrutura, o tecto, o chão, as paredes, as portas, as janelas (excepto vidros claro), as escadas, os portões e as varandas, é tudo em madeira! Mas mais uma vez, e pela experiência de quem já vive num espaço destes, esta solução traz vantagens enormíssimas face ao nosso betão/pedra/tijolo.

Uma casa de madeira traz sobretudo muito conforto.
E de facto está-se lá dentro muito bem. E o inverno? Segundo nos dizem é fantástico, do melhor. Na Finlândia passei alguns dias (de Inverno) em casas de madeira - cottages - e, com uma lareira ligada, confirmo que se anda de manga curta (na casa toda) com -20º cá fora!!

Eu tenho algumas reticências em tornar a minha casa do dia-a-dia numa casa de madeira. Sem argumentos, é certo. Porquê? Não sei. Talvez porque é estranho, mas acima de tudo porque sempre vi à minha volta casas de cimento. Hoje, mesmo que pudesse ainda não conseguiria tomar essa opção para primeira habitação. Mas como casa de campo em Trás-os-Montes no Parque de Montesinho, ah aí sim, era um luxo.


Mágico Momento da semana:
"Uma tarde bem passada, numa casa de madeira, com amigos e um São Bernardo."