domingo, 6 de janeiro de 2008

Este 2008

Já cá estamos. No novo ano. Dois mil e oito. E não começa bem...
Gosto aqui de enaltecer os mágicos momentos da vida, mas pela primeira vez, sinto necessidade de registar trágicos momentos. Não nossos, mas duma comunidade que me é tão querida e da qual muito me entristece, ver o que tem acontecido nos últimos dias. Do Quénia falo. Desse país, que alimentou há quase 1 ano atrás, o sonho de uma viagem e onde encontramos pessoas adoráveis e de uma hospitalidade imensa. Hoje está em estado de sítio. Já se contam mais de 300 mortos e para cima de 250 mil pessoas deslocadas. Eu, que lá estive, não consigo imaginar como é possível. A origem do conflito interno passa por umas eleições mal conduzidas, no passado dia 27 de Dezembro, com uma oposição não conformada com a reeleição do presidente Kibaki. Pelo que parece, o tumulto não está tanto no vencedor, mas na forma como a eleição foi conduzida. A apimentar estas indefinições as rivalidades entre tribos, principalmente entre a do presidente Kibaki (tribo kikuyo) e a do opositor Odinga (tribo Luo). A notícia entra-nos pela porta, de forma discreta, e com aspecto de mais uma guerra. Mas as viagens têm destas coisas, ligam-nos emocionalmente aos sítios e o Quénia ainda mais. Ainda por cima, o Quénia é daqueles países que tem mantido, ao longo de anos, uma estabilidade política e um crescimento atípico naquele continente. Para além de ser a jóia da imagem que nós ocidentais europeus temos da adorável África. Assim, o meu desejo primeiro para este 2008 é para este povo. Que tudo se resolva rápido e que não mais tragédia se propague. Do fundo do coração, para o Quénia!






3 comentários:

Ju disse...

Paulinho, obrigado. Obrigado pelos posts verdadeiros e sentidos, obrigado por ajudares a matar um bocadinho as saudades dos amigos que já não te vêm há algum tempo, porque a ler o que escreves, parece que te ouvimos a falar. Beijinhos!

silver disse...

guerra ha em todo o lado infelizmente e eu preokupo-me com as q atingem pessoas ou sítios q eu kunheço...por isso, a questão do quénia pouco ou nada me diz, a não ser q politica é uma bela treta e há pessoas q n teem cerebro para o usar...enfim!

Anónimo disse...

É de facto triste que a guerra limite o crescimento de jóias como são o Quénia e outras pedras preciosas em África. Parece que aqueles povos são como as crianças pequenas, que impossibilitadas de recorrerem a outro tipo de argumentos mais construtivos, partem desenfreadamente para a luta física, são lutas de gente crescida, autênticos tiros nos pés Vocês que lá estiveram devem sentir tristeza grande ao imaginar o sofrimento daquelas pessoas que tanto vos acarinharam... lembro-me de uma atleta minha que foi ao sri lanka e regressou uma semana antes de se estabelecer mais um conflito armado entre as tropas cingalesas e os guerrilheiros tamil e a impressão que isso lhe fazia. Resta-nos a reflexão aqui à distância... obrigado Paulo, bom ano para todos!
Abel