Um mágico momento pode levar-nos do fundo do nosso ser ao esplendor das mais distantes estrelas.
domingo, 20 de setembro de 2009
'Ocio
quinta-feira, 23 de abril de 2009
2009 - Ano Internacional da Astronomia
Dois mil e nove foi promovido pelas Nações Unidas a "Ano Internacional da Astronomia". Coincide com o quadricentenário das primeiras observações astronómicas com um telescópio do Galileu. Temos assim, um mote para durante este ano prestarmos mais atenção aos céus, libertarmo-nos das amarras quotidianas que nos prendem à Terra e deixarmo-nos levar pela imensidão do firmamento. É uma oportunidade excelente para nos deixarmos levar numa viagem muito para além dos cumes das mais altas montanhas. Sou um apaixonado pela natureza, da sua exuberância, variedade e beleza ímpar. Aprecio ainda mais a universalidade da linguagem com que esta se apresenta. Podemos ir ao quintal de casa, ir ao norte ou sul, ir...ir muito longe, que a expressão da natureza que nos rodeia é sempre magnífica. Mas e se?... E se olharmos para cima? À noite. Para que a venda nos olhos que o sol radiante nos põe, caia ligeira dos nossos olhos. Quanta natureza temos ali, quanta imensidão, variedade e energia nos chega silenciosa aos olhos? É impressionante, não é? Eu acho. O nosso lugar neste gigantesco carrossel do universo está a postos. The show must go on! ***
«Há pessoas estrelas, há pessoas cometas. Os cometas passam, apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam por nós. As estrelas permanecem. Os cometas desaparecem. Há muita gente cometa. Passam pela vida da gente apenas por instantes, gente que não prende ninguém e a ninguém prende. Gente sem amigos. Gente que passa pela vida sem iluminar, sem aparecer, sem marcar presença. Importante é ser estrela. Estar presente. Marcar presença. Estar junto. Ser calor, ser vida. Amigo é estrela. Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração. Coração que não quer enamora-se de cometas que apenas atraem olhares passageiros. E muitos são cometas por um momento. Passam, nós batemos palmas e depois... desaparecem. Ser cometa é não ser amigo. É ser companheiro , mas por instantes. É explorar sentimentos. É ser aproveitador de pessoas e de situações. É fazer acreditar e desacreditar ao mesmo tempo. A solidão de muitas pessoas é consequência de que não podem contar com ninguém. A solidão é resultado de uma vida cometa. Ninguém fica. Todos passam. E a gente passa pelos outros. Há a necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias ver sua as suas estrelas, a sua luz, o seu calor. Assim devemos ser. Como estrelas. Estrelas que nos iluminam nos momentos escuros. São esperanças no momento de desânimo. Olhando os cometas é bom não nos sentirmos como eles. Olhando os cometas é bom sentirmo-nos estrela. Ter vivido e construído uma história pessoal. Ter sido luz para muitos amigos. Ter sido calor para muitos corações. Ser estrela nesse mundo passageiro, nesse mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas acima de tudo uma recompensa. É nascer e ter vivido e não apenas existido.»
sábado, 28 de março de 2009
Não fizemos cume
O clima da ilha é muito temperamental e, como seria de esperar deste clima tropical acentuado pelos rigores impostos pela alta montanha, o normal é existir um muro de nuvens a separar as fraldas da montanha do seu topo. Aliás, só assim é possível ter a cidade mais chuvosa dos EUA (Hilo) a poucos Km de um dos locais com menos precipitação e estabilidade atmosférica do mundo (o topo do Mauna Kea). Mas finalmente ao fim de dois dias, no final de um dia de praia, uma aberta, deu-nos esse sorriso. Está ali! O topo, os telescópios, a neve, os 4200... e o bichinho de ir lá cima começa a mexer com as nossas vontades. Mas as praias irresistíveis não davam tréguas e a não ascensão era uma hipótese que não nos incomodava rigorosamente nada. Mas vamos ver... Nos dias seguintes, sem logística alguma, fomos perguntanto, investigando e conversando com as pessoas com que nos cruzávamos sobre as condições do trilho de acesso ao cume, sobre a segurança, sobre a metereologia e sobre o tempo de percurso. É certo que há uma estrada que vai lá acima, em 4x4, mas nós queríamos fazer o trilho. Mas cedo percebemos que os americanos, pelo menos, os americanos que aqui moram , são excessivamente cautelosos e pouco dados a grandes travessias. A ascensão ao Mauna Kea era-nos sempre relatada como uma tarefa extenuante, pouco popular e que requeria muito esforço e atlética condição física. Ora assim não tínhamos condições para o tentar. O tempo também não estava favorável. Neve teimosa que persistia em altitude, frio a rondar os -10ºC, sim temperaturas negativas extremas no Havai! Mais tarde, em Hilo, já um pouco resignados com a impossibilidade de fazermos o trilho sozinhos, optamos por contratar uma agência, para um programa de observação de estrelas e do pôr do sol, do cume, com transporte próprio em 4x4. A pior experiência desta viagem! Estes senhores - Arnot's Lodge - fizeram um dos piores programas que nós algum dia tivemos, tendo-nos vendido gato por lebre. Cobraram-nos para ir ao cume, mesmo sabendo que a estrada estava cortada. O guia não o era, ao ponto de quase termos que organizar um motim, em propotesto do péssimo serviço que nos estava a ser oferecido. Fomos até ao centro de visitas (VIS), e aí ficamos, com nuvens também sem grandes estrelas para observar. No entanto este aborrecido episódio esclareceu grande parte das dúvidas que tínhamos sobre o trilho. Afinal a ida de carro era perfeitamente possível até ao VIS aos 2828m. O trilho partia daí e se não tivesse condições de segurança pura e simplesmente estaria fechado pelos guardas florestais. Mais tarde ainda, no dia 21, vamos novamente ao VIS, no nosso carro, para ver o céu desse dia, entre a M79 e a M41 ao telescópio, conseguimos saber que o trilho estava aberto e que as previsões de tempo para o dia seguinte eram as melhores. E aqui estava a nossa janela de oportunidade. Assim fizemos. Dia 22, às 8h30 da manhã estávamos nós a postos, depois de uma noita dormida aos 300m, prontos a iniciar a caminhada, a sós, sem guias. Tínhamos água, comida, calçado, roupa, só faltavam as luvas, improvisadas com um segundo par de meias. Registamos a saída no centro de visitas e começamos a ascensão. O dia estava simplesmente deslumbrante. Paisagem aérea, autêntica, completamente desafogada até perder de vista. O Mauna Loa, a montanha irmã do Mauna Kea, permanecia majestaticamente sossegada ali mesmo ao lado, o mar imenso terminava na linha de horizonte e o calor do sol era pontualmente interrompido por leves brisas frias. Grande dia! Mas este trilho realmente é duro. Sem nunca abrandar a pendente, sobe imenso, com inclinações fortes. Não descansa nunca, é sempre a subir, sempre com os mesmos músculos em acção, sempre as articulações a dobrar no mesmo ângulo. Só as pausas ou as caminhadas para trás davam novo fôlego à mecânica do corpo. Mas o maior inimigo ainda viria a ser a altitude... O caminho em si, é fantástico pelas vistas, pela imensidão, mas também pela paisagem áspera da lava desfeita, que nos rodeava. O almoço foi já em altitude, com sintomas evidentes de altitude, náuseas pontuais, mal-estar, dor-de-cabeça, falta de apetite e raciocíonios já pouco reboscados. No entanto, eram apenas leves sintomas, o sinal claro que já não estávamos ao nível do mar. Continuamos montanha acima, já com mais de 5h nas pernas. E chegamos à cota de neve. No Havai, começamos então a caminhar na neve. E continuamos.. e continuamos, agora sempre em neve, já sem possibilidade de a evitar. E a progessão na neve é muito mais difícil, cansa! Cansa muito, cansou-nos muito! Sem condição física previamente preparada e sem teimosia mental para aguentar aquele esforço conseguimos terminar o trilho. Chegamos ao ponto de encontro deste com a estrada que dá o privilégio aos locais de fazerem Snowboard. Os telescópios principais já estão ali, à nossa frente, em grande esplendor, a estrada está desimpedida e o ambiente é de uma agradável tarde Domingueira, com muita gente a desfrutar do sol e neve na montanha. Logo, logo ali, oferecem-nos café e espantam-se com o nosso feito até ali. Oferecem-nos até boleia, por estrada, até ao cume, que recusamos. "Compreendo que estas coisas tenham as suas regras!" Continuamos então, para a última 1,6 milha, até ao cume, galgando os últimos metros de desnível. Mas... a montanha não nos quis. Os sintomas de altitude eram evidentes e o mau estar não desaparecia. O esforço e sacrifício muitos e poucos metros mais à frente, a decisão difícil. Voltamos para trás, não precisamos de ir ao cume. A caminhada valeu por si. O verdadeiro troféu foi uma das melhores caminhadas a 2, com um tempo, vistas e ambiente espetacular. Resumo da ascensão (altitude):Pernoita: 300m (Waimea / Kamuela)
Início da caminhada: 2828m (Centro de Visitas)
Fim da caminhada: 4069m (Cume a 136m acima do nosso retorno)
Duração: ~ 7h
Subida acumulada: 1241m










Legenda:01. Vista do cume e telescópios da vila onde dormimos (Waimea) 02. Início do trilho, um pouco a cima do Centro de Visitas 03. Primeiros Km's da manhã, com o Mauna Loa ao fundo
04. Um dos poucos períodos sem subida 05. No vale Apolo (onde astronautas experimentaram o Rover antes de irem à Lua) 06. Neve à vista 07. Acima das nuvens 08. Caminhada extenuante numa pendente forte e escorregadia (sem crampons) 09. Os grandes telescópios 10. Telescópios: Subaru à esquerda e Keck (2x) à direita 11. Ponto de retorno, na estrada, já fora do trilho (no mapa em cima, o penpágono)
quarta-feira, 18 de março de 2009
Concentrado de Terra
sexta-feira, 13 de março de 2009
No paraiso tambem chove
Legenda:
1. Ka'Awa Loa Plantation - Alojamento dos primeiros dias
2. Praia Hawai'i no Pacifico
3. A primeira visao do Mauna Kea (com neve).
domingo, 25 de janeiro de 2009
Mauna Kea - 4206m
«Que um vulcão adormecido numa
in Fugas/Público, 2009.01.24

