terça-feira, 9 de junho de 2015

Régua e esquadro

Uma linha reta, a previsibilidade do destino ao longo do caminho mais curto à sua origem. No traço militarmente aprumado reside o conforto da simplicidade, a excelência da execução, a tranquilidade das formas. A régua auxilia a mão trémula a não vacilar, a garantir a linearidade da linha, a manter a fiabilidade do prumo, independentemente do seu autor. O esquadro complementa a régua, irradia perpendiculares e autoriza a execução de paralelepípedos perfeitos. Pelo esquadro dobram-se angulos retos perfeitos, sem arestas, sem borrões, na continuidade a noventa graus do traço da régua. O manuseio de ambos requer motricidade fina, concentração. A mão esquerda alinha a régua. Torna-a solidária com o suporte de registo. Dá ordem do ângulo para o caminho desejado. Corrige eventual erro de paralaxe. Prensa firmemente o seu corpo, deixando livre a aresta que dará origem à linha. A mão direita segura o marcador. Pica o ponto inicial e desliza na aresta da régua, libertando assim a projetada linha reta. Sou destro. Acredito que um canhoto processe o mesmo processo em ordem invertida dos membros superiores. Para um destro, a mão direita é ainda o manobrador do esquadro. O leme da sua mobilidade na régua. A sinfonia de ângulos retos no seu conjunto. Recordo-me do uso intensivo  da régua e esquadro nas aulas de geometria descritiva. Desenhar mil e uma perspetivas com ambos. Tirando a bricolage, hoje quase não uso ambos. O Tiago também ainda não. Deve estar para breve, pelo menos a régua. O esquadro será lá mais à frente. Em que ano se introduzirá a régua e o esquadro? 3º ano?


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