2007.02.25, 20h10, Kilimanjaro (3850m), 3º acampamento
(17h10, Portugal)
(17h10, Portugal)
Choveu a noite passada. Agora é tempo de descanso porque já temos a barriga cheia e estamos lavadinhos.
Amanhã vai ser duro.
Bela Paisagem."
Litus
Um mágico momento pode levar-nos do fundo do nosso ser ao esplendor das mais distantes estrelas.

João Vasconcelos (irmão do Paulo)
2007.02.19, 16h38, Matosinhos (0m), Lais de Guia. O dia está cinzentíssimo, a chuva pinta estes vidros da paisagem, lá fora está frio (10ºC) e o Atlântico revolto. Por nós, está tudo pronto. AMANHÃ cedo partimos. A aventura começa. Dentro de 24h estamos em Amesterdão. Vamos procurar actualizar este blog tão frequentemente quanto possível, ficando a dúvida dessa vontade, na oportunidade de um ciber-café por perto. Amanhã, em Amesterdão, temos uma tarde para vasculhar aquelas ruas onde ainda nunca estivemos.
É verdade, daqui por uma semana estamos nós em trânsito rumo a África. Temos (apenas) mais uns 3 dias de trabalho pela frente. Os preparativos decorrem a bom ritmo, mas ainda nos falta algum material técnico para a montanha. As vacinas também já estão todas tomadas: febre Amarela, febre Tifóide e Hepatites. Para a malária, estamos a ingerir o comprimido semanal há já 3 semanas e, que se arrastará 1 mês para lá do regresso. Para além do programa do Kilimanjaro, o nosso programa, irá ter também, uns dias de trabalho voluntário, junto de uma casa de meninas órfãs de Nairobi. A pedragrega é que tem tratado destes contactos. Resolvemos levar, além do nosso tempo, algumas roupas/brinquedos que, quando tive em Marrocos, vi o quanto estes miúdos agradecem. Mas... estamos com um problema de logística, querem-nos 200€ para nos levarem os 30Kg adicionais, que estamos à espera de juntar das dádivas dos nossos amigos. Assim, aproveito e deixo aqui o repto:

E soma e segue nesta contagem decrescente para a grande caminhada! O trilho desta semana fica marcado mais uma vez pela companhia, somos 9+1 a calcorrear as encostas do Alvão neste discreto Sábado de Fevereiro. As horas passam a voar quando as conversas se desenrolam facilmente ao sabor dos Km e declives do percurso. Decidi levar o meu Serra da Estrela que imprimiu outra vida ao ritmo da caminhada. Mas começando pelo início, começamos a horas. Foram +/- 45min de carro de Celorico até de Lamas de Olo, no coração do Alvão. Chegados, abre-se a mala ao puto e que alegria a dele, tanto para cheirar, tanto território para marcar, assim os dejectos o permitam. O dia está cinzento, o céu prateado quase, quase como de neve, mas com os +3ºC ainda não dá para isso. A húmidade é bastante e o grupo não está impermeável, mas parece-nos mesmo assim possível. O percurso é circular e os primeiros passos são em estrada, para abraçarmos Arnal, pelo lado sul, com vistas já para Vila Real. E é aqui tão perto, as nuvens baixas dão algumas tréguas, vê-se o aglomerado urbano ali em baixo embora difuso. O cão não pára, nem imagina ele que tem um dia inteiro para andar e não os habituais passeios de meia-hora... Continuamos na estrada, agora ainda mais secundária, de acesso só a Arnal, mas ainda a descer - (ainda) ninguém se queixa. Depois de atingirmos a cota mais baixa deste trilho (780m) começamos então a galgar até à Arnal, uma das aldeias que o Parque Natural do Alvão quer manter com traça de aldeia de montanha. O nosso guia tem aqui origens e, sendo nós primos, ouço falar desta acolhedora aldeia com bastante frequência e há já algum tempo que falamos em cá vir. Hoje temos sorte no treino, pela primeira vez em 5 fins-de-semana apanhamos um dia de não-sol, o que nos retira da zona de conforto habitual, o orvalho rodeia-nos e as paragens não podem ser muito longas, mas para o esplendor das vistas, não é hoje o dia. Fica a vontade de repetir o mesmo trilho, com sol, quem sabe em breve... Chegados a Arnal, estamos todos, incluindo o puto em grande. A aldeia sofreu já algumas alterações, tipicamente pela mão de emigrantes, mas o núcleo de casas de granito/xisto é ainda assinalável.