domingo, 21 de outubro de 2012

LEGO

Gosto, gosto muito de Legos. Sempre gostei, desde miúdo. Um brinquedo que nos conduz pela vida e se adapta à evolução da nossa maturidade. Desconheço a maior parte das coleções, conjuntos ou edições especiais. Antes da maioridade e independência financeira tive apenas alguns sets, bons, mas só recebidos em alturas especiais, mas ainda assim, uma ínfima representação do universo Lego. Nessa altura, anos 80, deliciava-me com castelos, pontes, lanças, cavalos e cavaleiros. Agora com 34, fiquei surpreendido com a redescoberta desse meu gosto juvenil. A passagem pelo Legoland em Billund, na Dinamarca, em setembro de 2011,  avivou-me a memória e transportou-me ao passado. Pouco tempo depois e, já cá, não resisti e rendi-me ao consumismo e ao apetite de propriedade. Trouxe para casa um Space Shuttle (set 10231), agora peça de museu no original. Um prazer imenso voltar a montar cada peça, partir do nada e chegar ao todo. Seguir uma narrativa e adivinhar a história. Concretizar, conseguir e dar forma a 1230 peças. Cada uma no seu devido lugar, passo por passo, página por página. Sim, que parte do sucesso da Lego são os manuais de instruções. Um linguagem universal e intercontinental. Imagens, sequências e montagens testadas até à exaustão para não deixar dúvidas, para garantir que toda e qualquer cultura e ser humano interpreta da mesma forma e tem o mesmo grau de satisfação no final. Mas a Lego é muito mais que um brinquedo, é um conceito. Um modelo exemplar de sucesso. Um afago à auto-estima, onde qualquer um, por menos habilidoso que seja, se torna capaz de construir a mais elaborada das peças de arte. Como negócio, é simplesmente genial, e quase que uma bela metáfora para os dias que correm. Ole Kirk, carpinteiro dinamarquês, dilacerado pela crise de 1929, transforma um negócio convencional, numa indústria criativa de brinquedos estimulantes, modulares, seguros e de qualidade superior. No início em madeira, mais tarde em polímero. Solidamente ciente da alegria contagiante que estes brinquedos modulares podem proporcionar a crianças e graúdos. São caros é certo, mas sítos há onde se pode brincar com Legos, gratuitamente. Por exemplo, no recanto das crianças no aeroporto de S. Miguel, nos Açores temos Legos. Mas mais perto ainda, o genial Centro Lúdico de Oliveira de Azemeis, com Legos, brinquedos, livros e outros estímulos positivos, sobretudo para crianças, está aqui à mão, gratuitamente para quem quiser aproveitar. E a Ludoteca da Junta de Freguesia de Matosinhos, será que tem Legos? Não sei (ainda). Mas por trás da Lego está uma equipa de designers e criativos fantástica que transforma este e outros mundos numa simplicidade exímia. Uma equipa que recria o prazer da descoberta. Uma experiência única, esta de construir, desconstruir, e voltar a construir infinitamente cada conjunto. Um conceito universal que me faz afirmar ainda com mais convicção que gosto, gosto muito de Legos.

Legoland Billund | setembro 2011

idem

idem

Brinquem!




2 comentários:

PV disse...

Este exercício aguça-me a atenção. Ainda esta semana uma reportagem a falar da PLUG - "Associação Portuguesa de Utilizadores de Lego". Uau! Um gosto transformado em associação!

http://www.plug.pt/

Gato disse...

O Pedro também já está fã!
Têm que vir mais vezes aqui ao centro lúdico! ;)